segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Conseqüências de uma vida no engano - Ano Bíblico / Gênesis capítulo 31

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Labão é um homem sem igual... na arte de enganar. Quando Jacó completou 14 anos de trabalho, idealizava voltar à sua terra natal, na tentativa de rever seu pai. Só que o pai de Raquel, mediante astúcia, conseguiu convencer Jacó a permanecer mais 6 anos servindo, dessa vez para cuidar do rebanho do sogro. O salário consistia em animais salpicados, listados ou negros. Mas entrou no acordo, algo de longa data,  já conhecido por Jacó : engano por parte de Labão.
"Mas, naquele mesmo dia, separou Labão os bodes listados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, todos os que tinham alguma brancura e todos os negros entre os cordeiros; e os passou às mãos de seus filhos.
E pôs a distância de três dias de jornada entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão." Gn 30:35 e 36

 Porém Jacó tinha consigo um aprendizado a respeito da procriação, entre animais. De alguma forma, esse homem conhecia noções básicas de genética. Percebendo a astúcia por parte de Labão, Jacó pôs em prática seu projeto. Determinado tipo de vegetal, misturado a  alimentação dos animais, fazia com que as ovelhas gerassem só determinado tipo de cria.
O resultado foi conhecido ao longo do tempo.
"E o homem se tornou mais e mais rico; teve muitos rebanhos, e servas, e servos, e camelos, e jumentos". Gn 30:43
Seis anos se passaram. Jacó sente a necessidade de rever seu pai. 
"Então, ouvia Jacó os comentários dos filhos de Labão, que diziam: Jacó se apossou de tudo o que era de nosso pai; e do que era de nosso pai juntou ele toda esta riqueza.
Jacó, por sua vez, reparou que o rosto de Labão não lhe era favorável, como anteriormente." Gn 31:1 e 2

Chamando à  parte suas esposas, Jacó expõe seus motivos. Sendo assim, combinaram partir daquela região. Ambas haviam citado o descontentamento com relação ao próprio pai, no tocante a não terem recebido, a parte da herança que lhes cabiam. Concordaram então, em acompanhar  o marido, desde que levassem os bens que haviam adquirido através de seu esforço e trabalho. Reunindo esposas, concubinas,  filhos, escravos e gado, Jacó resolve partir de madrugada, rumo a terra de Canaã. Antes de partirem, porém, Raquel furtou os ídolos da casa de seu pai.
Três dias depois, Labão foi avisado de que Jacó partiu, sem haver se despedido. 
Furioso, formou um grupo de homens e saiu em perseguição ao genro e sua família. Por 7 dias o perseguiu. Mas qual seria, de fato, sua real intenção?O que o havia motivado para tal?
Labão conseguiu alcançar Jacó na montanha de Gileade. Porém antes que pudesse investir contra ele, aconteceu a intervenção por parte do Senhor:
"De noite, porém, veio Deus a Labão, o arameu, em sonhos, e lhe disse: Guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal." Gn 31:24

Ali conheceu Labão de que Deus estava ao lado de Jacó, pois do alto, foi contemplada  toda a injustiça praticada, por parte desse homem.
Caro leitor, nesse verso percebemos que o Senhor  toma partido a favor de alguém, quando necesssário. É Ele o defensor de Seu povo: do mais fraco, do orfão, da viúva e do injustiçado. Nos diz a Palavra:
"Achou-o numa terra deserta e num ermo solitário povoado de uivos; rodeou-o e cuidou dele, guardou-o como a menina dos olhos." Dt:32:10

A menina dos olhos é a parte mais sensível do corpo. Somos comparados assim pelo próprio Senhor: a parte que mais precisa ser protegida e guardada. Quando o ímpio intenta fazer coisas más, é Deus quem desnuda o Seu braço para defender Seus filhos. Por isso que Labão se deteve.

Ao confrontar Jacó, ele alegou vários motivos:
  • Acusou Jacó de sequestro -"me lograste e levaste minhas filhas como cativas pela espada" - Gn 31:26
  • De ser dissimulado - "fugiste ocultamente, e me lograste, e nada me fizeste saber, para que eu te despedisse com alegria, e "com cânticos, e com tamboril, e com harpa" - Gn 31:27
  • De impedi-lo de exercer seu papel de bom pai - "não me permitiste beijar meus filhos e minhas filhas." - Gn 31:28
Geralmente as intenções do coração estão por detrás de palavras proferidas, geralmente as últimas . Labão não foge à regra , deixando por último o real motivo por ter movido tamanha perseguição, contra seu parente.
"por que me furtaste os meus deuses?" - Gn31:30
 Está aí a razão da contenda. Seus deuses haviam sido roubados.
Geralmente o adorador torna-se tal qual  o seu deus de devoção. Assim é descrito no  livro de Salmos:
"Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam." Sl 115:8

Ou seja, inerte, insensível e desafeiçoado assim havia se tornado Labão. Sua religião tornar-se sem efeito, mediante uma vida de exploração e enganos, por parte desse homem.
A questão era, se algo havia sido furtado, deveria ser devolvido."Não viva aquele com quem achares os teus deuses, " disse o genro na presença do sogro. Porém Jacó não sabia que Raquel havia sido a responsável pelo furto dos objetos.
Após revistar cada tenda, desde a de Jacó, até a dos escravos, Labão não achou seus objetos. O motivo: Raquel havia escondido as imagens de seu pai sob a sela de um camelo e estava sentada em cima.
Assim Labão nada encontrou e depois de haver feito um pacto de paz com Jacó, partiu de volta para sua terra.
A história desse homem traz uma reflexão: seu trato para com as pessoas, foi a razão de sua ruína. Tentando enganar a Jacó, ao invés de tornar-se rico, vinte anos depois, perdeu quase tudo. Tiago ensina a respeito em sua carta:
Atendei, agora, ricos, chorai lamentando, por causa das vossas desventuras, que vos sobrevirão.
As vossas riquezas estão corruptas, e as vossas roupagens, comidas de traça;
o vosso ouro e a vossa prata foram gastos de ferrugens, e a sua ferrugem há de ser por testemunho contra vós mesmos e há de devorar, como fogo, as vossas carnes. Tesouros acumulastes nos últimos dias.
Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até aos ouvidos do Senhor dos Exércitos. - Tg 5:1-4

No caso de Labão em especial, sua ganância foi a causa direta de sua própria derrocada. 
Mas ainda há algo vital para aprendermos a respeito, desse homem pagão. Ele demonstra uma devoção por seus deuses, que muitas vezes não achamos nos adoradores do Deus verdadeiro. Imagine viajar 7 dias seguidos, atrás de seus objetos de culto e não descansar enquanto não recupera-los! O próprio Jesus nos ensinou o que temos de aprender a respeito dos homens maus. Ele declarou:
"porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz." "Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas." Lc 16:8 e Mt10:16

Caro leitor, a única coisa que devemos  aprender com a serpente ou  com os filhos desse mundo, é a lição da prudência. É  essa virtude, que anda de mãos dadas com a sabedoria e o conhecimento. Que possamos ser sábios e prudentes, mostrando em nosso viver, o caráter do Deus a quem servimos. Que brilhe a nossa luz, em nome de Jesus. 

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