Honestidade não tem preço - Ano Bíblico / Gênesis capítulo 39

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No tema de hoje, vamos estudar como Deus se faz presente na vida de cada pessoa, nos bons e maus momentos. Onde está o Senhor quando uma pessoa que o teme é tratada com injustiça? 

No capítulo 37, estudamos como José foi vendido como escravo. Depois houve uma pausa no capítulo seguinte, para se contar a história de Judá. E no 39, a Bíblia retomou a história do menino que foi vendido pelos irmãos. 

Qual o sentido dessa ordem nos textos apresentados? O propósito do Senhor era mostrar o contraste que existia na vida de um e na vida de outro. Enquanto Judá fracassou em resistir aos seus impulsos sexuais, José demonstra outros valores.

Levado pelos ismaelitas, esse  jovem chegou ao Egito, uma terra estranha. Lá foi comprado por Potifar, o comandante da guarda egípcia. Vemos um rapaz que foi separado de seu pai, devido à traição de seus próprios irmãos. 

Talvez você pergunte: aonde Deus estava, quando um justo foi vendido como escravo, para uma terra distante? Estaria José entregue à sua própria sorte? O próprio texto responde: 

"E o SENHOR estava com José, e foi homem próspero; e estava na casa de seu senhor egípcio." Gn 39:2

Conforme o texto, Deus estava mais próximo do que se pensa. Na hora mais negra da vida desse moço, o Senhor estava com José. Essa lição tem atravessado os séculos: quando perseguidos, injustiçados ou maltratados por causa de nossa fé, sendo por motivo justo, Deus está ao lado daqueles que O amam. Por meio dessa passagem, temos a certeza que na maior escuridão da vida, Deus não abandonou você. José foi para o Egito e o Senhor foi junto com ele. Aquele que sofre por amor a Palavra, jamais estará desamparado. Tiago diz em sua carta:
"Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam." Tg 1:12
Mais do que nos livrar de problemas, o Senhor nos livra no problema. A razão para isso é sermos transformados de glória em glória, para não sermos eternos meninos espirituais. 


Os efeitos da Presença de Deus na vida do cativo, eram mais do que visíveis. 

"Vendo, pois, o seu senhor que o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava em sua mão, José achou graça em seus olhos, e servia-o; e ele o pôs sobre a sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha. E aconteceu que, desde que o pusera sobre a sua casa e sobre tudo o que tinha, o SENHOR abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do SENHOR foi sobre tudo o que tinha, na casa e no campo." Gn 39:3 a 5

Esse texto acima, não está preocupado em falar de prosperidade, mas como Deus trata os Seus com justiça. Potifar percebeu isso. Ele estava sendo abençoado, não por ser um homem justo, mas por causa da misericórdia do Deus de José. Também o que chama atenção nessa passagem, é o comportamento desse jovem escravo. José era fiel ao Senhor, mas também era fiel ao seu patrão. Bons cristãos devem ser bons funcionários. Devem dar o exemplo, trabalhando com esmero, sendo pontuais e honestos, porque as pessoas estão nos observando. Quando somos desleixados, displicentes ou faltamos com a verdade,  desonramos a Deus, e Seu Santo nome é blasfemado entre os escarnecedores. José sabia disso. Por essa razão, tinha muito cuidado para não trazer vergonha a causa do Senhor. 


O fato dele ser honrado por Potifar, ao ser nomeado mordomo daquela casa, despertou admiração em muitos. Porém, criou também interesse por parte da mulher de seu senhor. 

Amigo leitor, há duas formas de nos relacionarmos com às bençãos: alguns são honrados por Deus e no momento seguinte, caem em tentação e se afastam Dele. Outros, recebem a mesma porção e a partir daí, só crescem em temor e em santidade diante do Senhor. 


Você já parou para pensar que determinadas bençãos, quando mal administradas, ao invés de nos aproximar do nosso Salvador, pode nos afastar Dele? Junto com a promoção, veio a josé uma prova dificílima: assédio de sua patroa. Em princípio, o conteúdo da cena aparece em forma de lisonja, pois é a mulher rica que se apaixona pelo empregado. 

"E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo." Gn 39:7

Alguns fatores nesse episódio, contribuem mais para a queda do que para o triunfo:

• As egípcias eram mulheres de moral muita baixa naquela época, tanto é, que a oferta por parte da esposa do outro foi feita sem reservas. 
• Outro ponto é que uma vida promíscua era absolutamente normal no Egito. Os egípcios não viam o adultério como algo pernicioso. 
• E por último, devemos lembrar que José estava em uma terra estranha, longe daqueles que o conheciam e que sabiam de seu compromisso com Deus. 

Vamos pensar no seguinte: senão existisse Deus, céu, vida eterna, perdição ou morte eterna, será que continuaríamos a nos comportar como pessoas honestas? Volto a repetir: se nem ganhássemos ou perdêssemos coisa alguma, será que a maioria de nós evitaria o mal? José ensina uma poderosa lição: temos que ser íntegros, quando somos observados e principalmente, quando achamos que ninguém ficará sabendo. Ele disse:

"Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?" Gn 39:9

Maravilhosa foi a atitude desse jovem que, sem ofender a sua senhora, mostrou-lhe que tinha princípios que não estavam à venda. O que olhos humanos não vêem, não passa desapercebido por Aquele que sonda o coração de homens e mulheres. 

Cada ato executado, cada palavra proferida e cada tentação resistida, são registrados no Livro Memorial de Deus e serão apresentados no dia em que o Senhor julgar os vivos e os mortos. Disse João em visão:

"E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras." Ap 20:11 a 13

Disse o pregador em Eclesiastes: 

"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau." Ec 12:13 e 14

José sabia que ele tinha um céu a ganhar e um inferno a evitar. 

A RECOMPENSA ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS

Dia após dia, ele sofria investidas por parte daquela mulher. 

"E aconteceu que, falando ela cada dia a José, e não lhe dando ele ouvidos, para deitar-se com ela, e estar com ela, Sucedeu num certo dia que ele veio à casa para fazer seu serviço; e nenhum dos da casa estava ali; E ela lhe pegou pela sua roupa, dizendo: Deita-te comigo. E ele deixou a sua roupa na mão dela, e fugiu, e saiu para fora." Gn 39:10 a 12

Amado leitor, há situações em nossa vida em que devemos evitar o confronto com o mal. Ao José fugir, ele estava reconhecendo que existem tentações que são maiores do que nós. Se ele ali continuasse, corria o risco de cair. 

O que ganhamos ao sermos fiéis a Deus? Reconhecimento por parte dos homens? Bençãos instantâneas? Em alguns momentos, aparentemente, prejuízo. José foi acusado de ser o assediador pela mulher adúltera. Ela guardou suas vestes, chamou pelos criados e esperou pelo marido para comunicá-lo:

"E aconteceu que, ouvindo o seu senhor as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Conforme a estas mesmas palavras me fez teu servo, a sua ira se acendeu. E o senhor de José o tomou, e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam encarcerados; assim esteve ali na casa do cárcere." Gn 39:19 e 20

Benção ou maldição nem sempre são imediatas. Buscar ao Senhor, fazer sua vontade não é sinônimo de ter retribuição na mesma hora. Assim como, viver uma vida de pecado, nem sempre significa que o transgressor recebe castigo imediato. Basta ver o número de foragidos da justiça ou de corruptos que nunca foram presos. Deus tem o dia certo para retribuição das obras. 

José foi fiel a Deus e como prêmio foi enviado para a prisão. Com certeza, Potifar não acreditou totalmente na farsa montada por sua esposa, caso contrário, José teria sido executado e não enviado ao cárcere. 

Novamente, um justo foi tratado com injustiça. Aonde estava Deus quando José foi enviado à prisão? Teria Ele o perdido de vista? A Palavra descreve: 

"O SENHOR, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere, e ele ordenava tudo o que se fazia ali. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o SENHOR estava com ele, e tudo o que fazia o SENHOR prosperava." Gn 39:21 a 23

Esse é o amor da parte de Deus por Seus filhos: ainda que estejamos nas profundezas mais sombrias, seja numa prisão, seja numa situação de total abandono por parte dos homens ou até mesma em uma UTI, o Senhor estará conosco. 


Naquele cárcere frio, Sua santa presença pôde ser sentida. Caro leitor: 

• se José não fosse mordomo na casa de Potifar, jamais seria administrador da terra do Egito, pois nessa casa que ele teve familiaridade com a língua e os costumes daquele povo;
• se ele não resistisse a tentação por parte da mulher, não teria força para suportar tentações maiores e; 
• se ele não fosse enviado à prisão, jamais poderia ter chegado ao trono. 

Quero encerrar dizendo, que por mais estranhas que sejam as circunstâncias que você, amigo, possa estar enfrentando, Deus está no controle. Ele nos diz, por meio de Sua palavra, que ainda não é o fim, mas que o melhor está por vir.

"Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais." Jr 29:11
Confie no Senhor de todo coração, pois muito em breve, Ele trocará nossa angústia por júbilo, nosso choro por alegria.

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